Piorando para melhor 19/02/2013
Nada está tão ruim
que não possa piorar um pouco. O quadro econômico social brasileiro
em 2012 provou isso pois nada mais é do que a continuação do que
tem acontecido nos anos anteriores, ou seja, o de piora crescente. A
atividade industrial decresceu em 2%. O PIB cresceu somente 1,2%, ou
seja, a produção de riqueza excedente foi pífia. O crescimento
populacional neutralizou esse ganho e os ganhos de produtividade das
empresas geraram desemprego sem compensação do crescimento
econômico. Pobreza e desemprego estão na base da crescente
violência que em 2012 ultrapassou limites nunca alcançados. Também
estão na base das fraudes e corrupção generalizada entre a
população que se torna permissiva e no estado, principalmente nos
escalões superiores de Poder. Cessada a fé publica, todos e todas
as relações estão sob suspeita. A moral se flexibiliza. Não se
acredita mais nas instituições. Ninguém quer consertar nada, mas,
para sobreviver, encontrar uma posição na estrutura estatal toda
poderosa. Nessa situação de degeneração generalizada, o estado
aumenta investimentos em segurança pública e cadeias que além de
não produzirem riqueza ainda a consomem. Aumenta também a
regulamentação tentando controlar fraudes e sonegações de
impostos que obriga o aumento de uma custosa burocracia dificultando
ainda mais a vida da nação em todos os sentidos. Inacreditável,
mas em 2012 se deu continuidade a uma centralização fiscal que faz
com que as emissões de notas fiscais sejam feitas todas através dos
computadores dos municípios e estados tornando refém da burocracia
toda a operação do sistema de produção: industria, comercio e
serviços. Diante de uma expansão econômica significativa como
reagiria esse aparato se na estagnação atual ele funciona
deficientemente? Criou-se mais um limite de infraestrutura, agora,
computacional. Os sistemas previdenciários e de saúde pública
tornaram-se ainda mais sobrecarregados, alem de sofrerem os mesmo
males da regulamentação. Mas, o efeito mais perverso da imoralidade
instalada é a criação de leis imorais, votadas por maiorias
representativas imorais, feitas para conceder privilégios, fazer
desmandos e oprimir o povo com impostos que cresceram cerca de 12% no
ano 2012. O leão da Receita Federal tem urrado forte, porque,
afinal, não há gastos sem receitas. A corrupção politica motivou
a ação dos tribunais, ministério publico, policia federal e
tribunais de contas cujas ações tem sido inócuas diante da
crescente corrupção. As demandas de sonegação fiscal, furtos,
roubos, trabalhistas, civis etc encheram tribunais. Na verdade, a
litigância e a coação têm sido estimuladas pois se tornaram,
absurdamente, sinônimo de justiça. Entretanto, todo esse aparato
opressor tem um custo astronômico e nada produz, alem de ser inútil
para os objetivos de justiça para os quais foram criados. A inflação
ficou em torno de 6%, embora a sensação seja de 15%, empurrada
pelos impostos não pela demanda que foi pífia. Também foram
feitas concessões imorais de aeroportos que certamente onerará mais
o transporte aéreo. Bastante significativo, e sério sinal de
esgotamento, é que os déficits dos municípios, estados e
federação aumentaram e se tornaram asfixiantes enlouquecendo essas
entidades estatais que pressionarão mais a sociedade em busca de
mais receitas, atropelando princípios constitucionais, estrangulando
mais ainda a nação em 2013, que será pior. Curiosamente, pesquisas
tem mostrado que 60% da população não percebe nessa degeneração
econômica social uma crise estrutural. Se a economia fica estagnada,
se há desemprego, se se sofre privações, se a violência aumenta,
se se morre em filas de hospitais, se se mora em barracos em morros,
se o morro desliza e mata, se a chuva invade casas, se o transito
mata, isso tudo é sentido como fatalidade, no máximo incompetência
estatal. Se há corrupção politica e conchavos, é para a classe
media um grande desgosto, mas lhe parece que, absolutamente, não lhe
afeta a vida. Mas, eu percebo nesses fatos uma crise ideológica que
desacredita as instituições de estado de direito, a tirânica
democracia representativa: os três poderes, as leis, o voto, etc. E
que leva a nação ao caos. Pessimismo? Não, fatalidade! Pois a
história mostra que a destruição de valores caducos acontece
porque não se constrói um mundo novo em bases velhas. E ele só
mudara para melhor quando for ruim para todos. Assim, estamos
piorando para melhor. E o futuro é repensar as funções de estado,
mas sem poder.
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