O EUA é país
desenvolvido, país onde o povo tem tudo, o que inspira a seguinte
pergunta: como se vende mais para quem tem tudo? Pois é, não se
vende, porque, se diz, o mercado está saturado. Devido a isso é que
a capacidade produtiva que continua a se expandir e barateia preços
não consegue estimular proporcionalmente a demanda. O lado cruel da
produtividade é que sem incremento de demanda o faturamento das
empresas cai, elas precisam de menos trabalhadores e, portanto,
dispensam os excedentes. Cai também a lucratividade das empresas e
com ela as ações na bolsa de valores. Dow Jones não tem um
crescimento significativo e continuo há anos. A economia entra em
crise de crescimento e desemprego. Cai também a receita de impostos
e o governo, que nunca se basta, entra em colapso. Em 2007/2008
estourou a crise bancária porque os banqueiros, escapando da crise
produtiva, financiaram imoveis sem garantias do devedor mas contando
com a garantia estatal do FED, garantia que existe devido ao
estelionato urdido pelos bancos. O governo foi pressionado a bancar a
folia bancária e aumentar sua dívida publica como de fato
aconteceu. A crise também fez pressão sobre o sistema de proteção
social americano que não terá fim dentro do contexto atual. Para
atender a demanda social tentando escapar dos custos do sistema de
saúde ( Health Care), em 2011, Barac Obama fez aprovar pelo
congresso o Patient Protection and Affordable Care Act, mais
conhecido como "Obamacare", que, em linhas gerais, impõe
limites aos convênios médicos para facilitar o acesso e subsidia
plano de saúde a quem tem renda anual até US$ 46 mil, para uma
pessoa, ou US$ 93,5 mil para família. Agora, em 2013, o orçamento
americano faz novamente deficit, milhares de funcionários do governo
federal americano ficaram sem receber salários e Obama pressiona
para aumento da dívida. Entretanto, seus adversários, para ceder na
dívida, querem discutir os termos do Obamacare. Afora as fofocas
políticas de democratas e republicanos, que não resolverão a crise
nem de uma nem da outra questão, algumas reflexões podem ser feitas
sobre a crise. Inicialmente, a crise americana tem a característica
da crise da Contradição Máxima do Capitalismo – capacidade de
produzir muito maior que a de consumir. Só não se consuma porque
ainda há muitos mercados potenciais nos países sub(desenvolvidos)
para escoar o excedente de produção. Falta base ideológica também,
mas isso é capitulo a parte. Assim sendo, ela não se resolverá no
EUA, mas sim com o desenvolvimento dos países sub que tem mercados
potenciais enormes, mas que são mantidos estagnados por seus
governos tiranos e predadores, que imitam mal o exemplo do governo
americano (nossa taxa básica é 9% contra 0,25% da deles). Ou seja,
não é o Brasil que é afetado pela crise econômica americana, mas
a crise americana que se agrava com a nossa eterna crise. Se os
países sub crescerem a taxas altas a crise americana poderá se
atenuar com o maciço envio de capitais, que existem em abundancia
por la, e mercadorias, aos países sub. Entretanto, para que tudo
isso aconteça e a crise mundial seja resolvida, se exigirá uma
mudança radical do papel do estado, no mundo todo, portanto uma
mudança ideológica que terá que ser orquestrada pelo sistema de
produção, o forte interessado. Finalmente, as duas questões em
discussão, a dívida pública e o sistema de saúde, são duas
aberrações que existem devido ao governo americano. A dívida
pública, símbolo de descontrole contábil do governo que jamais
deveria ser permitida, se tornou protagonista da grande especulação
financeira patrocinada pelo governo, uma trama chamada de politica
monetária, que envolve a criação do FED e suas garantias e os
juros da dívida cuja taxa se tornou Taxa Básica, que impôs a ideia
falsa de que se os bancos falirem o mundo também fale e por isso
devem ser socorridos em suas farras financeiras. Já a Saúde se
tornou problema de governo porque o corporativismo médico, através
da legislação, monopoliza e encarece a medicina impedindo sua
oferta a população através de mercado livre. Ambas aberrações
americanas contaminaram o mundo, inclusive o Brasil, e a solução
para elas não sairá dos governos mas limitando as ações dos
governos. Para o Brasil eu sugiro: currículo médico de 3900 horas
aula, similar a engenharia, e fim da exigência de hospital medico.
Fim da autorregulação medica do CFM e CRMs.
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