Obamacare e Orçamento EUA 09/10/2013

O EUA é país desenvolvido, país onde o povo tem tudo, o que inspira a seguinte pergunta: como se vende mais para quem tem tudo? Pois é, não se vende, porque, se diz, o mercado está saturado. Devido a isso é que a capacidade produtiva que continua a se expandir e barateia preços não consegue estimular proporcionalmente a demanda. O lado cruel da produtividade é que sem incremento de demanda o faturamento das empresas cai, elas precisam de menos trabalhadores e, portanto, dispensam os excedentes. Cai também a lucratividade das empresas e com ela as ações na bolsa de valores. Dow Jones não tem um crescimento significativo e continuo há anos. A economia entra em crise de crescimento e desemprego. Cai também a receita de impostos e o governo, que nunca se basta, entra em colapso. Em 2007/2008 estourou a crise bancária porque os banqueiros, escapando da crise produtiva, financiaram imoveis sem garantias do devedor mas contando com a garantia estatal do FED, garantia que existe devido ao estelionato urdido pelos bancos. O governo foi pressionado a bancar a folia bancária e aumentar sua dívida publica como de fato aconteceu. A crise também fez pressão sobre o sistema de proteção social americano que não terá fim dentro do contexto atual. Para atender a demanda social tentando escapar dos custos do sistema de saúde ( Health Care), em 2011, Barac Obama fez aprovar pelo congresso o Patient Protection and Affordable Care Act, mais conhecido como "Obamacare", que, em linhas gerais, impõe limites aos convênios médicos para facilitar o acesso e subsidia plano de saúde a quem tem renda anual até US$ 46 mil, para uma pessoa, ou US$ 93,5 mil para família. Agora, em 2013, o orçamento americano faz novamente deficit, milhares de funcionários do governo federal americano ficaram sem receber salários e Obama pressiona para aumento da dívida. Entretanto, seus adversários, para ceder na dívida, querem discutir os termos do Obamacare. Afora as fofocas políticas de democratas e republicanos, que não resolverão a crise nem de uma nem da outra questão, algumas reflexões podem ser feitas sobre a crise. Inicialmente, a crise americana tem a característica da crise da Contradição Máxima do Capitalismo – capacidade de produzir muito maior que a de consumir. Só não se consuma porque ainda há muitos mercados potenciais nos países sub(desenvolvidos) para escoar o excedente de produção. Falta base ideológica também, mas isso é capitulo a parte. Assim sendo, ela não se resolverá no EUA, mas sim com o desenvolvimento dos países sub que tem mercados potenciais enormes, mas que são mantidos estagnados por seus governos tiranos e predadores, que imitam mal o exemplo do governo americano (nossa taxa básica é 9% contra 0,25% da deles). Ou seja, não é o Brasil que é afetado pela crise econômica americana, mas a crise americana que se agrava com a nossa eterna crise. Se os países sub crescerem a taxas altas a crise americana poderá se atenuar com o maciço envio de capitais, que existem em abundancia por la, e mercadorias, aos países sub. Entretanto, para que tudo isso aconteça e a crise mundial seja resolvida, se exigirá uma mudança radical do papel do estado, no mundo todo, portanto uma mudança ideológica que terá que ser orquestrada pelo sistema de produção, o forte interessado. Finalmente, as duas questões em discussão, a dívida pública e o sistema de saúde, são duas aberrações que existem devido ao governo americano. A dívida pública, símbolo de descontrole contábil do governo que jamais deveria ser permitida, se tornou protagonista da grande especulação financeira patrocinada pelo governo, uma trama chamada de politica monetária, que envolve a criação do FED e suas garantias e os juros da dívida cuja taxa se tornou Taxa Básica, que impôs a ideia falsa de que se os bancos falirem o mundo também fale e por isso devem ser socorridos em suas farras financeiras. Já a Saúde se tornou problema de governo porque o corporativismo médico, através da legislação, monopoliza e encarece a medicina impedindo sua oferta a população através de mercado livre. Ambas aberrações americanas contaminaram o mundo, inclusive o Brasil, e a solução para elas não sairá dos governos mas limitando as ações dos governos. Para o Brasil eu sugiro: currículo médico de 3900 horas aula, similar a engenharia, e fim da exigência de hospital medico. Fim da autorregulação medica do CFM e CRMs.

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