Bolsões para Motos9513

09/05/2013
A questão das motos é apenas mais uma questão de trânsito que no Brasil mata absurdamente. Mas, as motos não inventaram os acidentes de trânsito. Elas são adotadas intensamente como transporte em Taiwan( Taipei), Ho Chi Minh, Barcelona, Madri, Califórnia e outras cidades ou estados. No Brasil, diante de um quadro caótico de trânsito, a população repete a experiencia asiática e europeia. Porém, ao contrário das cidades citadas, as motos não são acolhidas mas tolhidas por uma conspiração via regulamentação de profissão, o artigo nº 56 do Código de Trânsito Brasileiro (vetado felizmente) e propaganda que quer mostrar as motos como vilãs. Como se sabe, desde a idade média, onde imperavam as corporações de oficio (guildas), a regulamentação de profissão visa a impedir a oferta de serviços e produtos, embora a retórica falsa para justificá-la seja o bem público,e , por isso, até a constituição de 1932 era terminantemente proibido impedir que qualquer indivíduo exercesse qualquer profissão, e tal ideia foi subvertida. É fácil entender que tal postura excludente é motivada pela concorrência que elas representam ao transporte coletivo por ônibus que é concessão das prefeituras a empresas e que mantêm com elas uma relação de dependência. Dai, não termos também autorizadas as moto táxis, que certamente não concorrem com táxis. Alias, é bom que se diga, que os ônibus, segundo publicado, recebem cerca de 47 reclamações por dia, de todo tipo, inclusive por condução perigosa. No site da Emdec se confirma o perigo que representam os ônibus, pois há uma pesquisa que os mostra como o segundo em atropelamentos de pedestres. Curioso, que tal pesquisa é feita por mil acidentes e como a frota de ônibus em Campinas é cerca de 1100 ônibus, parece que a pesquisa não é fiel aos fatos. Mas, pelos dados, é possível imaginar, que se comparássemos os acidentes provocados pelas 130 mil motos com os dos 1100 ônibus, proporcionalmente, as motos, apesar de rejeitadas e vilipendiadas, provocam muito menos e menos graves acidentes, principalmente a terceiros, que os ônibus que ainda abalroam carros, motos e causam acidentes próprios por alta velocidade e imperícia, alem daqueles que são causados dentro dos ônibus por condução imprópria. Devo ainda dizer que a contabilidade que aponta motos como absorvedoras de recursos públicos é tendenciosa e não mostra o outro lado da conta, a das receitas, como IPI, ICMS, IR, empregos, INSS, ISS, seguros, investimentos e outros. Pode-se admitir que seria oportuna a implementação de transporte coletivo de massa como metrô, ou mesmo através do limitado uso de ônibus como o BRT, mas isso exigiria um maciço investimento que as prefeituras não tem meios de fazer. Bem, o que precisa ser feito é uma regulamentação das regras de trânsito respeitando as motos como solução não como problema. Nesse sentido, uma lucidez se anuncia. A cidade de São Paulo, após perseguição exaustiva e inócua às motos, atropelada pelos fatos, se rende, e através do CET testa bolsões para motos nos sinaleiros. Não é muito, mas anuncia uma mudança de postura na forma de encarar as motos, e demonstrar aqui o que muitas cidades do mundo já concluíram e como tenho defendido. Tal discussão se valida nas grandes cidades. Nas pequenas e médias, ou na área rural, onde o transporte coletivo é quase inexistente, as motos, livre, carga e táxi, são soluções únicas de transporte a preços acessíveis. Concluindo, eu entendo que as causas dos problemas e acidentes de trânsito derivam da gestão pública incoerente, ineficiente e equivocada caracterizada principalmente por : postura coercitiva, distante e denegridora da população que deveria ser substituída por aproximação da população e diálogo (educar é dialogar , não é punir, não é multar), exemplo desonesto cobrando multas por renda, criação de atrativos que implicam no gigantismo das cidades e na concentração regional da população e falta de investimento em infraestrutura viária e que está diretamente relacionada a anterior, embora não exclusivamente.
 

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